domingo, 26 de fevereiro de 2012

tu e eu, apenas nós neste nosso mundo.


entrei no quarto e ele olhava para o nada, o seu olhar estava vazio, morto . eu o mirava tristemente, 'parti-te o coração meu pequeno?' - pensei para mim . ele finalmente sentiu a minha presença, puxou-me para perto dele e sussurrou-me ao ouvido tristemente: 'não vás eu preciso de ti aqui'. abraçou-me, deu-me um abraço tão sentido, tão real, tão verdadeiro. pousou a sua cabeça no meu peito e disse: é belo, é bom o bater do teu coração. ele era meu, e eu naquele momento era toda dele, emergido nos meus braços, dei-lhe o meu amor. queria parar no tempo, sei que para mim e para ele, para ambos apesar de tudo estavamos felizes, naquele momento, nada nos tiraria aquele sentimento. eu queria ficar para sempre ali quieta com ele apenas a senti-lo, a sentir tudo. os nossos corpos encaixavam-se tão bem, e tinham um equilibrio tão bom, abraçava-o para não o largar para não o perder. 'perdoas-me?' - perguntei-lhe. 'de quê?', respondeu-me. não respondi as lágrimas cairam-me na minha face cansada e pálida, ele olhou-me com os seus meigos olhos e limpou-me a cara. 'nós estamos aqui agora, ninguém nos tira', disse-me. beijei-lhe a testa e abracei-o. o sofrimento para que o mundo nos tinha puxado juntou-nos de uma forma nunca antes vivida. agora parece tudo imortal, agora parece tudo concreto, agora tudo começa a fazer-me sentido. ficámos assim horas, minutos, por toda a noite, o frio entrava pela nossa pele e fazia-a crescer, arrebentava os poros gélidos, mas o físico já não sentíamos apenas o que nos enchia por dentro, apenas o nosso amor. sim agora era verdadeiramente nosso, agora erámos apenas nós .