Intrometida. Dentro do fundo do fosse que cavo com meus próprios
olhos, afundo durante a noite. A lua de à dois meses já não entra pela janela
iluminando o quarto gélido e desarrumado. Estarei eu realmente aqui? Porque é
que cada vez mais encontro personagens que aparentam ser as mesmas de à três
anos atrás. Tu não aparentas ninguém. Aliás aparentas. Irei eu inventar
demasiadas histórias? Que.. até já nem sei distinguir do real.
Afundo-me.
Metida. Dentro da minha alma, alma ou mente (?) aí cavo o túmulo
para cada meu desespero. Será minha felicidade o meu desespero? Cada dia um
desespero. Darei um passo para que veja melhor o transtorno da alma morta que carrego. Darei outro para inventar mais uma alma na minha vida.
Remexendo-me, distinguindo-me, será tudo isto mais outra fantasia que invento em minha cabeça tal como as histórias que escrevo e conto para mim mesma à noite? Serás tu um outro apaixonado? Serás tu, a minha invenção para desistir?