sábado, 9 de fevereiro de 2013

Gostava de fugir.

Gostava de diluir-me em água para então saber qual é a sensação de emergir nas bocas e corpos destes seres. Porque é que por mais simples que se pareçam, estes seres complicam-se e repelem de nós. Se fosse água escorreria sobre a pedra perfurada na montanha esquecida, tal como o suor que brota dos poros húmidos e tímidos de seu peito.
Gostava de evaporar e ser nuvem, nevoeiro, para circundar à volta destes seres e apreender-lhes o calor. Sentir-me-ia constantemente a flutuar, sobre nada, sobre o mundo, envolta de mim e de ti e deles.
Esquecerei então os valores, calamidades, consciência, perturbações, seria água e nuvem, líquido e vapor. Minha mestria seria um caminho perturbador entre a pedra (terra) e o ar, a nuvem, o céu, acabaria sendo chuva?
Chuva, que escorrega pela nossa pele frágil da testa que te escorrega sobre o a face da pele leve e fina, frágil. Frágil como a própria chuva que no seu pequeno ataque, no seu pequeno segundo de glória morre, se mata. Tal como a abelha.