Transgrede-te.
E muito me
revolta, e muito não me deslarga, e é
porque acordo com isso, e adormeço com isso e vivo com
isso. E quando olho à volta apetece-me enfiar-me num buraco. Óh tira, óh
sai, vai-te, muda-te. Eu mudo-te. Alguém muda-te, alguém há-de
te ajudar. Óh, és tão mesquinha. tão falsa, enganaste-me, enganas-me, enganas
todos, e se tudo aquilo que achamos correcto estiver tudo errado? É que até
aquilo que acreditamos faz parte dela. Óh cuidado que ela engana-nos! Ela
chama-nos, ela mente-nos, óh mas ela revolta-nos, chateia-nos. Óh quem te criou?
Nós mesmos, óh tu tornaste-te numa só, dependente de ti, estás grande, como
cresceste. Como anos passaram e parece que não envelheceste. Seduzes
tudo, seduzes o olhar dos inocentes, como a mulher da vida na esquina das ruas
do Porto. Óh tu vens com promessas de vida boa, precaussos de "vida má". Não te
vais, sempre ficas. Vai-te, roda, muda. Encontra alguém que te muda, ou vem ao
meu encontro, e eu mudo-te, eu não te amo, eu odeio-te, mas sei fingir. Podes
vir eu desfaço-te se puder, vem que eu
mato-te.