domingo, 3 de março de 2013

IV V VI VII última parte

Roubaram-me o amor, todo o amor me roubaram.
Ela que tão nova e bela caminhava, tão poderosa de si, tão certa da sua cabeça. Roubaram-lhe o amor.
Todo o amor que ela amava, pela gota de suor, pela mágoa manhã sozinha, pela saudade (boa) lhe roubaram esse amor. Amor, que agora é simplesmente retratado como algo comum e lamechas. Quem diz que não precisa de amor? Ela pensa. Amor, que por tantas vezes retratado se tornou simples demais. Amor, que agora é lavado estragado, sobrevalorizado.
Amor pelo canto daquela estrelinha estar incorrectamente mal-feito, amor pela tonalidade a que é dita a palavra. Amor ao toque na pele flácida e arrepiada.
Amor à letra, e à unha enraizada na carne da mão.
Roubaram-lhe esse amor, pois como? Como tiraram dela tudo aquilo a que esperou? Amor a tudo, até o tudo amante lhe roubaram. Amor à tristeza, amor a nada, até esse lhe tiraram.
Está vazia, nem amor ao ódio o tem, não há.



Roubaste e fugiste, sem ela!